domingo, 28 de agosto de 2011

Borchin revalida título mundial de 20 km marcha

Valeriy Borchin, de novo campeão do mundo dos 20 km.
Foto: AIFA/Getty Images
O russo Valeriy Borchin renovou esta madrugada (manhã em Daegu) o título mundial de 20 km marcha ao vencer a prova dessa distância das campeonatos do mundo de atletismo com 1.19.56 h. A marca ficou bastante longe do recorde dos campeonatos, na posse do equatoriano Jefferson Pérez (1.17.21 em 2003, nos mundiais de Paris), atestando as dificuldades que o marchador de Saransk teve de enfrentar na competição.

A primeira metade da prova foi dominada pelo japonês Yusuke Suzuki, que pouco depois de concluída a primeira volta de dois quilómetros se destacou da concorrência, na companhia do italiano Giorgio Rubino, que saíra momentos antes para a dianteira, e do líder mundial do ano, Zhen Wang, da China, este apenas por alguns minutos. Após uma fase inicial quase a 4.30 m por quilómetro, o trio da frente trazia assim o ritmo para cerca de quatro minutos cada mil metros, mais consentâneo com um campeonato do mundo.

Seguiu-se uma fase de ganho de vantagem na frente, que chegou próximo de 150 metros por volta do meio da prova, momento em que no pelotão reagia Valeriy Borchin, em defesa do títuo conquistado há dois anos, em Berlim, e Rubino era desclassificado.

Na perseguição ao japonês, Borchin seguiu acompanhado por outro chinês, Hao Wang, e ambos viriam a alcançar Suzuki perto da passagem pelos 15 quilómetros, com o russo a lançar de imediato o ataque decisivo para se isolar na frente.

Passada a fase inicial de esforço intenso, Suzuki começava então a ceder, caindo para o oitavo lugar final. Na luta pelas medalhas impunham-se o russo Vladimir Kanaykin, segundo, e o colombiano Luis Fernando López, que com uma prova discreta nas primeiras léguas, acabou por relegar Hao Wang para fora do pódio e conquistar a primeira medalha da Colômbia em mundiais de atletismo.

Único representante português na prova, João Vieira terminou no 16.º lugar, com 1.23.26 h, para uma classificação que acaba por ser bastante melhor do que indiciava a posição do marchador de Rio Maior na lista de partida, onde aparecia atrás de quase trinta concorrentes considerando a melhor marca individual do ano de cada atleta.

«Consegui manter-me na Prepol, apesar de ser muito difícil nesta zona do globo. Dei tudo o que tinha, por isso estou muito satisfeito», declarou no final da prova João Vieira à Antena 1, acrescentando ter partido para a Coreia a pensar fazer uma marca à volta de 1h25.

Classificação.
1.º, Valeriy Borchin (Rússia), 1.19.56
2.º, Vladimir Kanaykin (Rússia), 1.20.27
3.º, Luis Fernando López (Colômbia), 1.20.38
4.º, Zhen Wang (China), 1.20.54
5.º, Stanislav Emelyanov (Rússia), 1.21.11 
6.º, Hyunsub Kim (Coreia), 1.21.17
7.º, Ruslan Dmytrenko (Ucrânia), 1.21.31 
8.º, Yusuke Suzuki (Japão), 1.21.39 
9.º, Alex Schwazer (Itália), 1.21.50 
10.º, Erick Barrondo (Guatemala), 1.22.08 
11.º, Yafei Chu (China), 1.22.10
12.º, Sergey Morozov (Rússia), 1.22.37
13.º, Hao Wang (China), 1.22.49
14.º, Matej Tóth (Eslováquia), 1.22.55
15.º, Eder Sánchez (México), 1.23.05
16.º, João Vieira (Portugal), 1.23.26
17.º, Miguel Ángel López (Espanha), 1.23.41 
18.º, Anton Kucmin (Eslováquia), 1.23.57 
19.º, James Rendón (Colômbia), 1.24.08 
20.º, Horacio Nava (México), 1.24.15
21.º, Christopher Linke (Alemanha), 1.24.17 
22.º, Caio Bonfim (Brasil), 1.24.29 
23.º, Trevor Barron (EUA), 1.24.33 
24.º, Rafal Augustyn (Polónia), 1.24.47 
25.º, Youngjun Byun (Coreia), 1.24.48
26.º, Hassanine Sebei (Tunísia), 1.25.17 
27.º, Jared Tallent (Austrália), 1.25.25
28.º, Recep Çelik (Turquia), 1.25.39
29.º, Nazar Kovalenko (Ucrânia), 1.25.50
30.º, Gurmeet Singh (Índia), 1.26.34
31.º, Babubhai Kesharabhai Panucha (Índia), 1.26.53
32.º, David Kimutai Rotich (Quénia), 1.27.20 
33.º, Yerko Araya (Chile), 1.27.47 
34.º, Hédi Teraoui (Tunísia), 1.29.48 
35.º, Diego Flores (México), 1.30.00 
36.º, Juan Manuel Cano (Argentina), 1.30.00
37.º, Emerson Hernández (El Salvador), 1.30.48
38.º, Ronal Quispe (Bolívia), 1.32.09

Desistiram: Adam Rutter (Austrália), Mauricio Arteaga (Equador), Francisco Fernández (Espanha) e Chil-sung Park (Coreia).

Desclassificados: Moacir Zimmermann (Brasil), Gustavo Restrepo (Colômbia), Giorgio Rubino (Itália) e Anatole Ibañez (Suécia).