quinta-feira, 3 de outubro de 2013

«Heel and Toe» sai há seis anos sem interrupção

Tim Erickson, o editor de «Heel and Toe».
Foto: facebook do próprio.
Montagem: O Marchador
Longa é a tradição da Austrália na marcha atlética, com uma ligação à modalidade expressa também pelos grandes resultados alcançados por atletas seus nas mais importantes competições internacionais. A começar pelo segundo lugar de George Parker nos Jogos Olímpicos de 1920, em Antuérpia, nos 3000 m marcha. Quarenta anos depois, nos Jogos de Roma, igual sucesso para Noel Freeman, nos 20 km – também medalha de prata.

Nas décadas mais recentes, Sue Cook, Kerry Saxby ou Simon Baker reabriram um caminho que nos últimos anos tem sido trilhado por, entre outros, Nathan Deakes, Jane Saville, Jared Tallent, para referir apenas os medalhados em grandes competições mundiais.

Melhor do que ninguém, quem dá boa conta da informação sobre estes e outros feitos da marcha australiana (e não só) é a publicação «Heel and Toe», uma folha informativa do tipo «newsletter» editada por Tim Erickson desde 2000, o ano dos Jogos Olímpicos de Sydney.

Tim Erickson é um marchador que se destacou nas décadas de 1970 e 1980 como atleta de nível internacional, tendo-se iniciado na marcha em 1966, ainda júnior. Após interrupção por motivo de estudos, retomaria a actividade aos 22 anos, afirmando-se sobretudo nas distâncias longas (30 e 50 km). E, apesar de várias vezes ter superado os mínimos, só não teve a sua experiência olímpica nos 50 km dado que em 1976, os Jogos de Montreal não incluíram a distância no programa do atletismo e em 1980 o Comité Olímpico Australiano decidiu apresentar uma selecção reduzida nos Jogos de Moscovo. No final de 1983, quando o objectivo eram os Jogos de Los Angeles do ano seguinte, uma lesão ditou o final da carreira competitiva de Erickson ao mais alto nível, voltando a competir no plano internacional já no século XXI, como veterano.

Para trás tinha ficado a integração na selecção australiana para a prova de 50 km que em 1976 a FIAA organizou em Malmo (Suécia) como compensação da ausência do programa olímpico. A prova acabou por ficar para a história como o primeiro campeonato mundial da distância (quando ainda não existiam mundiais de atletismo em pista, estreados sete anos depois em Helsínquia). Tim Erickson foi 23.º e participaria ainda nas taças do mundo de 1979 (Eschborn) e 1983 (Bergen), sempre em 50 km e classificando-se em 25.º lugar numa e noutra.

Em 2000, Erickson passou a editar o boletim «Heel and Toe», publicação de informação sobre marcha atlética que teve de início uma periodicidade menos regular. Divulgado junto de uma lista de distribuição específica, o boletim pode ser lido também no sítio em linha do Victorian Race Walking Club (http://www.vrwc.org.au).

Com a edição do passado dia 24 de Setembro, o «Heel and Toe» atingiu a bonita marca parcial de seis anos com publicação semanal ininterrupta. Trata-se de um magnífico contributo para a divulgação da marcha atlética e das notícias que lhe estão associadas.

Graças a uma rede de colaboradores em diferentes regiões australianas mas também noutros países, o «Heel and Toe» apresenta em cada semana a informação sobre a actividade nacional e internacional da marcha, destacando sempre (e com muitas imagens) desde os mais jovens principiantes (benjamins, infantis, iniciados) até aos mais consagrados marchadores internacionais.

Uma publicação que é um exemplo de boa divulgação da marcha e uma demonstração de que nem só de «estrelas» vive o desporto, que envolve atletas de todas as idades e das mais variadas capacidades técnicas.

Parabéns a Tim Erickson e a todos os que com ele colaboram neste projecto!