quarta-feira, 31 de dezembro de 2014

Mário Pinto, 1929-2014


Mário Carlos Abranches Pinto, antigo dirigente do Clube Português de Marcha Atlética (CPMA) e pai do atleta olímpico José Pinto, faleceu esta terça-feira vítima de recentes problemas de saúde.

Mário Pinto, de 85 anos de idade e antigo funcionário da Carris, foi sócio fundador do C.P.M.A., em 1982, e vice-presidente da direcção nos primeiros anos de existência da colectividade.

Desde cedo se envolveu na então nova disciplina do atletismo português, a marcha atlética, através do acompanhamento do filho, José Pinto, destacado atleta do Belenenses que em 1984 se tornou o primeiro marchador olímpico português, competindo nos Jogos de Los Angeles, onde concluiu os 50 km no surpreendente oitavo lugar.

Interessado pela participação activa na promoção e na valorização da especialidade na fase do seu relançamento em Portugal, Mário Pinto colaborou com a organização de diversas provas da especialidade ao mesmo tempo que assumia o referido cargo no CPMA. Abandonadas essas funções ao fim de alguns anos, continuou por bastante tempo a acompanhar de perto a actividade da marcha, com o empenho, a disponibilidade e o interesse de sempre.

Foi por diligências suas que o clube dos marchadores portugueses pôde instalar-se a título gracioso no Ateneu Comercial de Lisboa, onde tinham lugar as reuniões da direcção e ficavam guardados os arquivos do clube, tendo sido aí realizadas duas edições da Festa Anual da Marcha Atlética, que todos os anos juntava em ambiente festivo muitos dos atletas, treinadores, dirigentes e juízes da marcha atlética portuguesa, a que se juntavam familiares e amigos.

Lembram os amigos e companheiros de trabalho no CPMA que a Mário Pinto se ficou a dever a reunião de condições para produção dos alfinetes de lapela que ficaram como identidade gráfica do clube, suportando as despesas de reprodução do «pin» desenhado por outro fundador do CPMA, Carlos Menezes.

À família e aos amigos de Mário Pinto, a equipa do blogue «O Marchador» expressa sentidas condolências. Logo que possível será aqui disponibilizada informação sobre hora e local do velório e do funeral.
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Exéquias
Em complemento da informação publicada sobre o falecimento de Mário Pinto, acrescenta-se que o velório terá lugar a partir das 17h00 de sexta-feira, 2 de Janeiro, na Igreja de São João de Brito, em Lisboa (Alvalade). Sábado haverá missa de corpo presente às 8h30, seguindo-se o funeral para o Cemitério dos Olivais, também em Lisboa, onde se procederá à cremação.

Luta contra a dopagem, acontecimento internacional de 2014

Foto: Schaatsen
A luta contra a dopagem conheceu em 2014 alguns desenvolvimentos muito interessantes no que se refere à marcha atlética. Por um lado foi a sucessão de casos de análises positivas e de detecção de anomalias nos passaportes biológicos de atletas (sobretudo russos) que se viram desapossados de galardões e de marcas e que acabaram a cumprir penas de suspensão. Por outro lado foi o desenvolvimento de processos judiciais em Itália que, apesar de não terem ainda resultado em veredictos, não deixaram de lançar um pouco mais de luz sobre algumas «relações perigosas» estabelecidas entre diferentes agentes do nosso desporto.

Tanto nos casos verificados na Rússia como nos de Itália, o envolvimento não foi apenas de atletas, mas também de treinadores, dirigentes e outros intervenientes no processo de treino e de competição. Deve, no entanto, ficar claro que há diferenças muito relevantes nuns casos e noutros, sobretudo em matéria de facto: há processos já concluídos e com aplicação de sanções e há casos que permanecem em análise (ou julgamento), não tendo por isso havido incriminação seja de quem for. Em todo o caso e considerando o que está à vista, muita gente com responsabilidades na organização do desporto sabia de várias situações no mínimo suspeitas, mas todos (ou quase todos) calavam o que sabiam e permitiam a «marosca».

É claro que este não é um problema apenas da marcha atlética. Muito longe disso! E se neste blogue se dá relevo aos problemas da dopagem associados à marcha é pela simples razão de que este é um espaço dedicado apenas a esta modalidade desportiva. Mas tal facto não impede que se reconheça como muito triste a revelação dos casos de falta de verdade de alguns resultados e os atentados cometidos contra a saúde de atletas, ao mesmo tempo que nos regozijamos com a capacidade demonstrada por algumas entidades para apanhar batoteiros.

O sistema parece funcionar, mas... sabe-se lá quantos prevaricadores continuam a escapar. Provavelmente não é exagero imaginar que continuam a ser mais os casos não apanhados do que os descobertos. Além disso, continua a não se perceber por que razão o sistema parece estar a funcionar bem (ou menos mal) em alguns países (poucos) enquanto dos restantes parece não haver notícia de grande empenho com vista a campanhas eficazes de investigação.

Assinala-se a estranheza pelo facto de quase todos os casos de dopagem entre marchadores conhecidos em 2014 reportarem a um único país, a Rússia (e em especial à escola de Saransk), e sublinha-se a urgência de medidas mais eficientes no combate ao «doping». Mas quem acompanha a realidade da marcha atlética para lá dos relatórios oficiais e de vez em quando passa, por exemplo, pelas redes sociais não pode deixar de suspeitar de algumas estranhas relações entre atletas, ex-atletas, treinadores, políticos, dirigentes, juízes e familiares, todos a suscitarem dúvidas sobre a benevolência ou as aparentes boas intenções de certos agentes, muito para lá dos casos mais espectaculares a que pudemos assistir nos últimos meses.

Seja com o for, os casos tornados públicos ao longo do ano que agora termina fazem do combate à dopagem o acontecimento internacional de 2014, mesmo que, na verdade, não se trate de um acontecimento mas de uma série de acontecimentos (ou de casos).

terça-feira, 30 de dezembro de 2014

«Caso» Susana Feitor, acontecimento nacional de 2014

Susana Feitor. Foto: Maior tv
Foi um caso entre vários ocorridos na marcha portuguesa ao longo de 2014, podendo ficar como uma das decisões de maior gravidade tomadas pela Federação Portuguesa de Atletismo (FPA), num ano inusitadamente mau no que se refere a decisões no âmbito desta disciplina. Mas o «caso» Susana Feitor assumiu um significado especialmente negativo ao atingir uma das figuras mais respeitadas e de maior prestígio na história da marcha atlética em Portugal.

Susana Feitor foi uma das quatro atletas a alcançar os mínimos A para os 20 km femininos dos europeus de Zurique. Fê-lo em Taicang, na China, durante a Taça do Mundo de Marcha, e com nada menos que a sua melhor marca na distância desde 2005: 1.28.51 h. Conjugados os vários parâmetros dos critérios de selecção, o seleccionador entendeu que seriam escolhidas Ana Cabecinha, Vera Santos e Inês Henriques para os 20 km femininos dos campeonatos da Europa, enquanto Susana Feitor iria representar Portugal nos 10 mil metros marcha femininos dos Campeonatos Ibero-americanos de São Paulo.

Havia, contudo, um dado que estava por jogar: Vera Santos encontrava-se lesionada e, não tendo recuperado a tempo, acabou por não integrar a selecção para os europeus. E quando tudo fazia supor que Susana Feitor iria ser chamada para preencher a vaga (para a qual tinha mínimos A), eis que da FPA surge a decisão de que a marchadora de Rio Maior não teria lugar na equipa nacional para Zurique. Como explicação foi dito que Susana Feitor se tinha preparado para os dez quilómetros dos ibero-americanos e que quem tivesse sido seleccionado para São Paulo já sabia que não iria a Zurique. Fazendo fé nesta «justificação», faltaria perguntar se, perante situações imponderáveis, não poderia haver decisões agilizadas de forma a eliminar ou pelo menos diminuir o prejuízo dos imprevistos.

Desta forma, sem se descortinar a lógica de não se proceder a uma substituição quando ela se impunha, Susana Feitor ficou impedida de competir na mais importante prova europeia do ano, não podendo assinar a quinta presença em europeus, uma das quais resultara em subida ao pódio. Ao mesmo tempo, a FPA assumia uma atitude que no mínimo tem de ser considerada como inadmissível desconsideração (para não dizer falta de respeito) para com uma das figuras de maior vulto do desporto português, uma das desportistas que mais têm contribuído para o prestígio de Portugal pelo mundo fora e que, nas circunstâncias, reunia todas as condições necessárias para ser incluída na selecção para os campeonatos da Europa. Atitude incompreensível que levou, de resto, a marchadora a pedir a demissão do cargo que ocupava na direcção da federação.

Pela carga simbólica resultante de ter sido aqui visada a atleta em questão, o «caso» Susana Feitor fica ainda como momento que representa um conjunto de outras decisões negativas da FPA, fazendo de 2014 o ano de maior quantidade de atitudes nefastas tomadas pela estrutura federativa em relação à marcha atlética. Relembre-se os seguintes casos: a alteração dos critérios de selecção nos 50 km para a Taça do Mundo de Marcha de Taicang poucos dias antes dos campeonatos nacionais de Quarteira; a violação dos critérios de selecção na escolha de atletas para os 20 km masculinos para a mesma taça do mundo; a impensável imposição de prova suplementar de 20 km para selecção (ou «desempate»...) de Susana Feitor ou Inês Henriques com vista aos europeus de Zurique (quando ainda não havia o problema da lesão de Vera Santos); a não inscrição de uma atleta, Carolina Costa (do Oriental de Pechão), para o torneio europeu de apuramento para os Jogos Olímpicos da Juventude, sabendo-se que a marchadora de Olhão reunia boas possibilidades de apurar-se para aqueles Jogos.

Toda esta série de decisões, encimada pelo sucedido com Susana Feitor, constitui uma situação que, na globalidade, desprestigia a FPA, a aparentar desnorte no que ao tratamento da marcha atlética se refere, como, de resto, recentemente voltou a confirmar-se com a inqualificável decisão (que felizmente parece revogada) de pôr fim aos nacionais de 50 km marcha. Era difícil fazer pior. E era também difícil escolher outro acontecimento mais marcante na marcha portuguesa em 2014. Pena é que volte a ter de escolher-se um acontecimento negativo.

segunda-feira, 29 de dezembro de 2014

Yohann Diniz, figura internacional de 2014

Yohann Diniz. Foto: facebook do próprio
Ainda há poucos dias foi notícia após a obtenção de novo máximo francês de 5000 m marcha em pista coberta, obtido em Reims, a 7 de Dezembro, com 18.16,76 m. Mas o grande feito de Yohann Diniz em 2014 foi a superior vitória alcançada a 15 de Agosto nos 50 km marcha dos Campeonatos Europeus de Atletismo, realizados em Zurique. Na ocasião, o francês não apenas conquistou o terceiro título europeu consecutivo naquela distância como lhe juntou um novo recorde mundial de 3.32.33 h, superando por larga margem o anterior máximo que desde 2008 pertencia ao russo Denis Nizhegorodov e estava cifrado em 3.34.14 h.

O feito do marchador francês assume foros de ainda maior notabilidade se forem tidas em conta as condições em que o desempenho foi concretizado: a prova decorreu sob chuva, num percurso que em determinados pontos incluía carris de carros eléctricos, a constituírem um perigo em cada passada e um constante desafio ao equilíbrio (físico e mental).

A marca obtida por Diniz nessa jornada gloriosa de Zurique poderia ter sido ainda de melhor qualidade, mas o gaulês preferiu perder alguns segundos (cerca de 10) para, a cerca de cem metros da meta, parar junto da mesa de abastecimento dos portugueses e pedir uma bandeira de Portugal, que ostentou ao cortar a meta em forma de homenagem à avó, de origem portuguesa, falecida meses antes.

Já mais perto do final do ano, surgiu então esse novo recorde francês de pista coberta, que permitiu ao marchador de Reims apontar desde já para o ataque ao recorde mundial da distância, na posse do russo Misha Shchennikov, para os primeiros meses de 2015.

Por estes factos e por concluir 2014 como o líder mundial também nos 20 mil metros em pista (único atleta do ano abaixo da hora e vinte, com 1.19.42,0 h em Bogny-sur-Meuse, a 25 de Maio), a equipa do blogue «O Marchador» elege Yohann Diniz como figura internacional de 2014 no que à marcha atlética diz respeito.

domingo, 28 de dezembro de 2014

Ana Cabecinha, figura nacional de 2014

Ana Cabecinha. Foto: facebook da própria
Foi claramente a figura em maior destaque entre todos os marchadores portugueses no ano que chega ao fim. Ana Cabecinha ganhou internamente tudo o que de importante havia para ganhar, foi a marchadora portuguesa melhor classificada nas grandes competições internacionais e liderou as listas nacionais em todas as distâncias em que competiu ao longo do ano.

Logo nos primeiros meses de 2014 averbou vitórias nos nacionais de marcha em estrada (Quarteira, 1 de Fevereiro) e nos nacionais de pista coberta (Pombal, 15 de Fevereiro), repetindo o êxito em pista ao ar livre, já no Verão, durante os Campeonatos de Portugal (Lisboa, 26 de Julho). Em todas estas ocasiões, a marchadora do Oriental de Pechão relegou as principais adversárias para as posições secundárias, reservando para si os títulos de campeã e o lugar mais alto do pódio de cada uma dessas competições.

No plano internacional, Ana Cabecinha começou por ser em Taicang, na Taça do Mundo de Marcha realizada em Maio, o melhor elemento (8.º lugar) de um extraordinário quarteto cujas componentes, sem excepção, terminaram os 20 km femininos abaixo de uma hora e trinta minutos. Um feito notável, ao alcance apenas das grandes potências mundiais da marcha e premiado com a medalha de bronze colectiva. Mas, no caso da «pequena potência» que é Portugal, a marchadora algarvia liderou mais uma vez aquele fantástico grupo. Depois, em Agosto, nos europeus de Zurique, a atleta orientada por Paulo Murta voltou a ser a portuguesa melhor classificada, com um sexto lugar que constitui a melhor classificação da marchadora em campeonatos da Europa de atletismo.

No final do ano, o nome de Ana Cabecinha surge a encimar as listas nacionais das seguintes distâncias: 20 km; 5000 metros, 3000 metros.

Tudo, razões mais que suficientes para que, no entender da equipa do blogue «O Marchador», a figura portuguesa da marcha em 2014 não possa ser outra atleta que não Ana Cabecinha, do Clube Oriental de Pechão.

sábado, 27 de dezembro de 2014

Olyanovska e Glavan vencem Taça da Ucrânia em pista coberta

Ihor Glavan e Ludmila Olyanovska, os vencedores absolutos,
e as partidas das provas muito participadas de veteranos.
Fotos: facebook de Sergey Panchenko.
Montagem: O Marchador
A vice-campeã europeia de Zurique, Ludmila Olyanovska, atleta ainda sub-23, com 21.21,13 aos 5.000 metros, e Ihor Glavan, com 39.06,06 aos 10.000 metros, ambos do distrito de Kiev, foram os vencedores das principais provas da Taça da Ucrânia de Marcha «Vladimir Golubnichy», em pista coberta, disputada no dia 24 de Dezembro em Sumy.

A prova absoluta feminina foi dominada por atletas da categoria de sub-23, com Olyanovska a ser seguida na classificação por Galina Yakovchuk (Zhytomyr, 22.50,63) e Valentina Mironchuk (Volyn, 23.19,70).

Na prova absoluta masculina em que os atletas percorreram 50 voltas à pista, atrás de Glavan posicionaram-se, Ivan Banzeruk (Volyn, 41.13,92), o segundo, e Oleksandr Venglovsky (Zhytomyr, 41.22,41), o terceiro, chegando na quarta posição da geral o primeiro sub-23, Sergiy Svіtlichny (Sumy, 42.06,11).

De entre os 151 participantes em representação de 9 distritos, referência para os veteranos em número significativo (39), sendo vencedores das provas de 2.000 metros, nos femininos, Tatiana Kryvohyzha, de 58 anos, com 11.13,30, e nos masculinos, Petro Garnik, de 50 anos, com 8.34,12.

Na classificação colectiva apurada por distritos, Zhytomyr, com 292 pontos, Sumy, com 228, e Kiev, com 176, ocuparam os três lugares do pódio.

Colaboração: Kristina Saltanovic

Classificações
10.000 metros masculinos
1.º, Ihor Glavan, 1990 (Kiev), 39.06,06
2.º, Ivan Banzeruk, 1990 (Volyn), 41.13,92
3.º, Oleksandr Venglovsky, 1985 (Zhytomyr), 41.22,41
4.º, Sergiy Svіtlichny, 1994 (Sumy), 42.06,11 - 1.º, sub-23
5.º, Oleksij Bіlorus, 1992 (Zhytomyr), 43.52,06 - 2.º, sub-23
6.º, Nazarіy Stepaniuc, 1994 (Zhytomyr), 51.18,50 - 3.º, sub-23
Desistente: Volodymyr Gontsovsky, 1991 (Zhytomyr).

5.000 metros femininos
1.ª, Ludmila Olyanovska, 1993 (Kiev), 21.21,13 - 1.ª, sub-23
2.ª, Galina Yakovchuk, 1992 (Zhytomyr), 22.50,63 - 2.ª, sub-23
3.ª, Valentina Mironchuk, 1994 (Volyn), 23.19,70 - 3.ª, sub-23
4.ª, Natalia Kontsevich, 1984 (Zhytomyr), 23.35,23
5.ª, Elena Shevchuk, 1986 (Zhytomyr), 23.46,30
6.ª, Ksenіya Radko, 1994 (Sumy), 23.58,02 - 4.ª, sub-23
7.ª, Viktoriya Ferenc, 1993 (Sumy), 24.00,88 - 5.ª, sub-23
8.ª, Alina Tsvіlіy, 1994 (Kiev), 25.39,16 - 6.ª, sub-23
9.ª, Olga Garnik, 1996 (Kharkiv), 26.01,64 - 1.ª, junior
10.ª, Evgenіya Lubchenco, 1996 (Sumy), 29.58,77 - 2.ª, junior

Classificação colectiva por distritos:
1.º, Zhytomyr, 292 pontos
2.º, Sumy, 228 pts
3.º, Kiev, 176 pts
4.º, Volyn, 75 pts
5.º, Vinytsia, 70 pts
6.º, Kharkiv, 62 pts
7.º, Herson, 43 pts
8.º, Khmelnytsky, 35 pts
9.º, Ivano-Frankivsk, 34 pts

sexta-feira, 26 de dezembro de 2014

Momentos históricos da marcha atlética em Portugal

Um aspecto da sala na festa de 1984. Foto: arquivo «O Marchador»
O ano de 1984 e, particularmente o mês de dezembro, foi muito marcante para a marcha atlética portuguesa. Naquele mês e ano, o Congresso da Federação Portuguesa de Atletismo aprovou importantes medidas no sentido de desenvolver a especialidade e, com particular realce, introduzindo-a nos Campeonatos de Clubes, com efeitos a partir de 1986.

Outra das importantes medidas aprovadas naquele Congresso pelas Associações de Atletismo, por proposta federativa, foi a realização, a partir do ano de 1985, de Campeonatos Regionais e Nacionais de Marcha em estrada, com especial incidência na introdução da prova dos 50 km marcha masculinos, a única que, até então, estava em branco quanto à atribuição do título de Portugal, relativamente ao conjunto de provas que integram o programa olímpico do atletismo.

A 1 de dezembro de 1984, o Clube Português de Marcha Atlética, fundado dois anos antes, organizava a IV Festa Anual da Marcha, na sede do Centro e Cultura e Desporto de Olivais Sul, onde hoje funciona a Biblioteca Municipal dos Olivais, junto à Quinta Pedagógica.

Foi em ambiente de confiança e de confraternização que os apaixonados pela marcha atlética se associaram á festa, que foi antecedida de uma exposição de fotografias e passagem de slides e filmes alusivos aos primeiros tempos da especialidade. A destacar a presença no evento de um representante governamental e de membros de órgãos associativos e federativos. 

Seguiu-se um colóquio no qual se passou em revista as dificuldades da marcha mas realçando-se a importância que as medidas tomadas no Congresso da FPA, realizado poucas horas antes, poderiam revestir-se para o futuro. 

Não faltou ainda, na referida festa, o momento protocolar, com a tomada de posse dos novos dirigentes do CPMA, continuando a presidir aos destinos do clube, Aires Denis (assembleia geral), Luís Dias (direcção) e Joaquim Machado (conselho fiscal). Havia, então, a presença de vários atletas nos órgãos sociais: Paulo Alves, José Dias, Henrique Mendes, Jorge Esteves, Evelina Fernando, Ana Batuca, João Gomes e José Gonçalves, enquadrados pelos “históricos”, Mário Pinto (pai do olímpico José Pinto), e Carlos Meneses.

Outro dos momentos altos da festa, este com um significado muito especial, foi o da atribuição de prémios a atletas, dirigentes e clubes que mais se destacaram naquele ano, confirmando-se a tendêndia de crescimento e descentralização da marcha por outras regiões do país. Ao Clube Atlântico da Madalena, coletividade da região do Porto, foi atribuído o título de “Clube do Ano”, numa homenagem, também, aos dirigentes nortenhos, Fernando Ribeiro, José Luís Ribeiro, e António Teixeira.

quinta-feira, 25 de dezembro de 2014

FESTAS FELIZES


São os votos da equipa do blogue “O Marchador”,
Carlos Gomes, José Dias e Luís Dias.

quarta-feira, 24 de dezembro de 2014

Campeonato Nacional de 50 km de volta ao calendário federativo

Uma versão tida como final do calendário da Federação Portuguesa de Atletismo, ontem divulgado para as associações regionais, contempla a data de 15 de Março/2015 para a realização do Campeonato Nacional de Marcha na distância de 50 km, se bem que em local ainda não definido.

A FPA vem assim ao encontro dos signatários de uma carta aberta dirigida ao presidente da instituição em 11 de Novembro passado em que apelaram à revisão da decisão tomada de pôr fim aos campeonatos. Recorde-se que entre os vários signatários do documento estiveram praticamente todos os atletas que são ou foram campeões ou recordistas nacionais da distância ou que representaram Portugal nas principais competições internacionais de atletismo (Jogos Olímpicos, Mundiais e Europeus de Atletismo) ou em específico de marcha atlética (Taças do Mundo e da Europa).

Estamos em crer que toda esta situação poderia ter sido perfeitamente evitada caso o Técnico Nacional de Marcha tivesse optado por uma reflexão que envolvesse os interessados na matéria, a começar por atletas e treinadores.

A mais recente versão do calendário mantém a transferência do campeonato nacional de marcha de estrada sobre outras distâncias e escalões etários para o programa do grande prémio de Rio Maior.

A prova de observação de 35 km masculinos agendada para 31 de Janeiro/2015, está agora incluída no campeonato regional de Santarém que terá lugar também em Rio Maior.

terça-feira, 23 de dezembro de 2014

Taça de Natal de Marcha em Tonbridge, Inglaterra

Francisco Reis, Guy Thomas e David Crane.
Foto: facebook Francisco Reis
Os jovens Guy Thomas, de 17 anos de idade, e Emily Ghose, de 15 anos, ambos em representação do Tonbridge Athletic Club, foram os vencedores da Taça de Natal «SWC» na distância de 5 km, evento realizado em Tonbridge, sábado passado (20 de Dezembro).

Thomas conclui a distância com 22.10 m, à frente do português do Ilford AC, Francisco Reis, veterano M50, com 24.10, e de David Crane (M35), do Surrey WC, com 25.23, enquanto Ghose, a melhor no sector feminino e 4.ª da geral, registava 30.32.

Classificações
5.000 metros masculinos e femininos
1., Guy Thomas, 1997 (Tonbridge AC), 22.10
2., Francisco Reis (Ilford AC), 24.10
3., David Crane (Surrey WC), 25.23
4., Malcom Martin (Surrey WC), 27.04
5.. Emily Ghose (Tonbridge AC), 30.32 (Fem.)
6., Dan Maskell (Surrey WC), 31.02
7., Ollie Hopkins (Tonbridge AC), 31.33
8., Mick Harran (Surrey WC), 31.34
9., Shaun Lightman (Surrey WC), 31.37
10., Mick Harran (Surrey AC), 31.50
11., Chris Flint (Surrey AC), 31.54
12., Ron Penfold (Steyning AC), 31.58
13., Peter Hannel (Surrey AC), 32.01
14., Geraldine Legon (Bexley AC), 33.58 (Fem.)
15., David Hoben (Surrey AC), 34.08
16., Angela Martin (Surrey AC), 34.20 (Fem.)
17., Peter Crane (Surrey AC), 34.27
18. Dave Stevens (Steyning AC), 36.49

segunda-feira, 22 de dezembro de 2014

Takahashi estabeleceu novo recorde japonês de 10.000 m marcha

Suzuki e Takahashi em Taicang-2014, o anterior e o actual recordista
do Japão nos 10.000 metros em pista. Foto: Mauricio Quiroz Hoyos
Foi no decorrer do meeting de Nagasaki, no dia 14 deste mês, que Eiki Takahashi obteve um novo recorde nacional japonês na prova de 10.000 metros marcha, com a marca de 38.18,51, melhorando o anterior recorde japonês, que estava na posse de Yusuke Suzuki, com 38.27,09.

Com 22 anos, feitos em 19 de novembro, Takahashi, melhorou substancialmente a sua anterior melhor marca (39.06,87), datada de 8 de dezembro de 2013, e obtida em Isahaya. Classificou-se no segundo lugar Koichiro Morioka, com 42.10,70, e no terceiro lugar, Soichioro Yoshinaga, com 43.22,95.

Na Taça do Mundo deste ano classificou-se na 9.ª posição da prova dos 20 km marcha, fazendo parte de uma equipa consistente que alcançou a medalha de bronze coletiva, é ainda o primeiro da lista mundial no escalão de Sub-23, com o tempo de 1.18.41, marca estabelecida em Kobe, a 16 de fevereiro.

O Japão, pela densidade e consistência dos resultados obidos no contexto internacional, particularmente nos escalões jovens, com a obtenção, a um ritmo muito regular, de medalhas em grandes competições, pode vir a ser, nos próximos anos,  uma potência na marcha atlética.

domingo, 21 de dezembro de 2014

Recordes nacionais jovens na pista coberta de Pombal

A partida dos 1.000 metros benjamins masculinos e femininos, e os
novos recordistas nacionais de pista coberta, Rodrigo Marques (1241)
e Catarina Santos. Fotos: ADAL. Montagem: O Marchador
Dois novos recordes nacionais nos escalões mais jovens, o primeiro pela infantil Catarina Santos, da Associação Cultural e Recreativa da Mealhada, nos 2.000 m, com 10.36,66 e, o segundo, pelo iniciado Rodrigo Marques, do Clube Oriental de Pechão, nos 3.000 m, que realizou o tempo de 14.18,69, marcaram pela positiva o 1.º Grande Prémio de Marcha Atlética, em pista coberta, evento levado a efeito, este sábado, no pavilhão da Expocentro em Pombal. Os detentores dos anteriores recordes nacionais, agora batidos, eram Tânia Pires (JV), com 10.59,2, nos infantis, e Flávio Silva (GDEN), com 14.25,10.

Outros jovens em evidência vencendo as suas provas foram os benjamins Leandro Francisco, do CA Galinheiras, com 4.58,49, e Inês Mendes, do CN Rio Maior, com 5.05,60, em prova mista de 1.000 metros, e a iniciada Inês Reis, do GC Amizade Donas, com 16.10,25 aos 3.000 metros.

Na prova masculina de 5.000 metros masculinos, Miguel Carvalho (sub-23), ao realizar a marca de 20.20.04, bateu, por larga margem, o seu recorde pessoal, que se cifrava em 20.42,04, tempo que detinha desde 2013. Nas segunda e terceira posições classificaram-se Pedro Martins, com 21.36,79, e Rui Coelho (sub-23), com 22.07,04, ambos em representação do Centro de Atletismo de Seia. A organização assumiu terem existido erros nesta prova, considerando não homologáveis as classificações e marcas a partir do 8.º classificado inclusive.

Na prova feminina de 3.000 metros, Daniela Cardoso também suplantou a sua melhor marca pessoal, que realizara nos campeonatos de Portugal deste ano (13.26,96) ao fixar o tempo da vitória em 13.18,42. Com marcas ainda abaixo dos 14 minutos, concluíram a prova, em posições de relevo, a rio-maiorense Mara Ribeiro (júnior), com 13.23,75, e Vitória Oliveira (sub-23), atleta da Juventude Vidigalense, com 13.58,01.

Classificações das provas absolutas de 5.000 metros masculinos e 3.000 metros femininos:

5.000 metros masculinos (juvenis/juniores/seniores/veteranos)
1.º, Miguel Carvalho, 1994 (CN Rio Maior), 20.20,04
2.º, Pedro Martins, 1968 (CA Seia), 21.36,79 - veterano
3.º, Rui Coelho, 1994 (CA Seia), 22.07,04
4.º, Amaro Teixeira, 1989 (SC Braga), 22.17,71
5.º, Miguel Rodrigues, 1996 (CN Rio Maior), 22.57,36 - júnior
6.º, Luís Passaro, 1994 (GC Amizade Donas), 22.58,57
7.º, Vasco Santos, 1998 (CA Marinha Grande), 24.26,41 – juvenil
Resultados/Classificações não homologáveis:
8.º, Luís Bidarra, 1971 (CA Seia), 25.19,74 - veterano
9.º, Claudin Cotrim, 1996 (CP Alcanena), 25.21,77 - júnior
10.º, Carlos Paiva, 1969 (CA Galinheiras), 25.25,40 - veterano
11.º, Paulo Cunha, 1969 (CA Galinheiras), 25.29,91 - veterano
12.º, Paulo Ramos, 1969 (CA Galinheiras), 25.30,46 - veterano
13.º, Henrique Santos, 1965 (GD Diana), 25.33,94 - veterano
14.º, Manuel Alves, 1994 (GC Amizade Donas), 25.34,85
15.º, Francisco Serra, 1998 (GC Amizade Donas), 31.01,25 - juvenil
Desclassificados: Rui Rodrigues, 1997 (ACR Mealhada) - juvenil e Peter Gomez, 1996 (CA Galinheiras) - júnior.
Desistente: Diogo Oliveira, 1990 (AC Vermoil).

3.000 metros femininos (juniores/seniores/veteranos)
1.ª, Daniela Cardoso, 1991 (Leiria Marcha A), 13.18,42
2.ª, Mara Ribeiro, 1995 (CN Rio Maior), 13.23,75 - júnior
3.ª, Vitória Oliveira, 1992 (J Vidigalense), 13.58,01
4.ª, Mariana Mota, 1995 (SL Benfica), 14.01,58 - júnior
5.ª, Alexandra Lamas, 1972 (Clube Condeixa), 14.23,34 - veterana
6.ª, Catarina Marques, 1996 (CO Pechão), 14.28,12 - júnior
7.ª, Liliana Martins, 1990 (GC Amizade Donas), 15.14,23
8.ª, Vanessa Conduto, 1995 (CO Pechão), 16.24,91 - júnior
9.ª, Maria Orlete Mendes, 1951 (CA Galinheiras), 17.25,52 - veterana
10.ª, Vera Portela, 1995 (NDA Pombal), 17.57,77 - júnior
11.ª, Eugénia Fernandes, 1969 (GDP Chão Duro), 20.01,00 - veterana

Os resultados completos podem ser consultados aqui.

sábado, 20 de dezembro de 2014

Pombal vai acolher um grande prémio de pista coberta

O Núcleo do Desporto Amador de Pombal, com o apoio da Associação Distrital de Atletismo de Leiria, vai organizar, no dia de hoje, o 1.º Grande Prémio de Marcha Atlética, em pista coberta, que terá lugar no Pavilhão da Expocentro, destinando-se o evento a todos os escalões etários, de benjamins a veteranos, esperando-se elevada participação de atletas.

As provas terão início às 15h00, com a realização das competições masculina e feminina de 1.000 metros para benjamins. A série seguinte de partidas, dez minutos depois, inclui a prova de 2.000 metros para infantis femininos, prosseguindo, às 15h30 com os 3.000 metros infantis masculinos, e às 15h55 com igual distância, agora para iniciados e juvenis femininos. A série dos mais jovens será completada com a prova de 3.000 m para iniciados masculinos, pelas 16h20. As principais provas do programa estão reservadas para as 17h25, com os 3.000 m femininos, de juniores a veteranos, e pelas 17h55, com os 5.000 m masculinos, de juvenis a veteranos.

José Urbano (SL Benfica) detém o recorde nacional absoluto, com 18.52,25, marca obtida nos campeonatos de Portugal de pista coberta, realizados em Braga, no dia 22-02-1992, enquanto, do lado feminino, Ana Cabecinha (CO Pechão), é a recordista nacional, com 12.21,56, tempo alcançado em 16-02-2013, igualmente nuns campeonatos de Portugal, em Pombal, no mesmo local do grande prémio.

Inês Henriques, que representa o Clube de Natação de Rio Maior, é a madrinha da competição. Atleta internacional e olímpica participou, em outubro deste ano, na segunda edição da Volta ao Lago Taihu, na China, constituída por quatro etapas, tendo sido a melhor portuguesa ao classificar-se no 7.º lugar, prova com que encerrou a época desportiva.

sexta-feira, 19 de dezembro de 2014

Taylor-Talcott e Nunn, campeões de 50 km dos E.U. América

A partida da prova, os campeões John Nunn e Erin Taylor-Talcott,
e o primeiro na linha de meta, Andreas Gustaffson.
Fotos: Eduardo Corvera. Montagem O Marchador
Erin Taylor-Talcott, com 4.38.11 h, e John Nunn, 4.04.08 h, obtiveram os títulos nacionais de 50 km dos Estados Unidos da América por ocasião dos campeonatos realizados em Santee, nos subúrbios de San Diego, na Califórnia, domingo passado (14 Dezembro).

Nas senhoras, Erin Taylor-Talcott, veterana de 36 anos, que detém como recorde pessoal a marca de 4.33.23 obtida em 2012 no mesmo local, superou adversárias muito competitivas, nomeadamente Katie Burnett, a estrear-se na distância com 4.39.42 e Susan Randall (W40) com 4.42.34.

Nos homens, o olímpico John Nunn (M36) impôs-se com facilidade, qualificando-se desde já para os campeonatos do mundo de Pequim-2015. Teve como companheiros no pódio dos campeonatos, o jovem Nick Christie, com 4.24.45 nos seus primeiros 50 km, e Patrick Stroupe com 4.29.43.

Contudo, os primeiros atletas masculinos a cortar a meta foram estrangeiros, extra campeonato, a registarem as melhores marcas do evento e abaixo das 4 horas. Foram os casos do sueco Andreas Gustaffson (3.51.16), do equatoriano Andres Chocho (3.57.00) e do canadiano Mathieu Bilodeau (3.59.48), que assim, tal como John Nunn, perspectivam a participação nos mundiais do próximo ano.

Uma referência para o regresso à competição (após 2 anos de interregno) do jovem e promissor Trevor Barron, 4.º no mundial de jovens em Bressanone-2009 e olímpico em Londres-2012, que realizou 25 km em 2.01.38.

Classificações
50 km femininos
1.ª, Erin Taylor-Talcott (36 anos), 4.38.11
2.ª, Katie Burnett (26 anos), 4.39.42
3.ª, Susan Randall (40 anos), 4.42.34
4.ª, Kathryn Grimes (51 anos), 5.30.45
5.ª, Carmen Jackinsky (51 anos), 6.30.23
6.ª, Darlene Backlund (69 anos), 6.47.53

50 km masculinos
1.º, John Nunn (36 anos), 4.04.08
2.º, Nick Christie (23 anos), 4.24.45
3.º, Patrick Stroupe (30 anos), 4.29.43
4.º, Michael Mannozzi (28 anos), 4.32.14
5.º, Ian Whatley (55 anos), 4.46.49
6.º, Ray Sharp (55 anos), 4.51.03
7.º, Dave Talcott (54 anos), 4.53.26
8.º, David Swarts (49 anos), 5.13.34
9.º, Omar Nash (41 anos), 5.23.57
10.º, Steve Harper (64 anos), 5.50.40
Extra-competição: Andreas Gustaffson (33 anos/Suécia), 3.51.16, Andres Chocho (31 anos/Equador), 3.57.00, Mathieu Bilodeau (31 anos/Canadá), 3.59.48 e Jose Luis Rosales (30 anos/México), 4.22.35.
Desclassificados: Leif Devaney (32 anos) e Bob Davidson (67 anos).
Desistentes: Emmanuel Corvea (21 anos), Trevor Barron (22 anos) e Pablo Gomez (43 anos).

quinta-feira, 18 de dezembro de 2014

Múrcia vai receber a Taça da Europa de Marcha

Múrcia será o palco da Taça da Europa de Marcha-2015. A foto de
fundo ilustra a final do challenge mundial naquela cidade em 2008.
Foto: blogue Racewalkingphoto. Montagem: O Marchador
A Taça da Europa de Marcha, que se disputará no dia 17 de maio de 2015, vai ter lugar na região de Múrcia, em Espanha, anunciou a Associação Europeia de Atletismo em informação ontem enviada às federações nacionais. Inicialmente planeada para Ivano-Frankivsk, na Ucrânia, razões decorrentes da situação política naquele país, ditaram que fosse adiada, para momento oportuno, a realização do evento naquele país do leste europeu.

Na sequência do convite formulado pela Real Federação Espanhola de Atletismo, o órgão executivo da Comunidade Autonómica de Múrcia, deu o seu aval à concretização do evento. Recorde-se que a Espanha já recebeu uma Taça da Europa, precisamente a edição inaugural, disputada na Corunha, em 1996.

Múrcia é uma região onde a marcha atlética tem forte implantação. O presidente da Federação de Atletismo da região é Juan Manuel Molina, um ex-marchador de bom nível internacional. Com grandes êxitos alcançados no atletismo e, particularmente, na especialidade da marcha atlética, ressalta à vista o excelente trabalho de José Antonio Carrillo, no UCAM Athleo (Cieza), há dias galardoado com a medalha do Mérito Desportivo, pelo Conselho Superior de Desportos. Miguel Ángel López, campeão europeu nos 20 km marcha, Benjamín Sánchez, atleta olímpico nos Jogos de Pequim, e o próprio Juan Manuel Molina, medalha de bronze nos mundiais de Helsínquia, em 2004, são referências importantes do clube e da região.

Em 2008, a cidade acolheu a final do challenge da federação internacional, que marcou a despedida de um dos grandes marchadores mundiais de todos os tempos, o equatoriano Jefferson Pérez, perante uma entusiasmada multidão de simpatizantes e compatriotas, com o triunfo, na prova feminina, de Susana Feitor. Então, a Gran Vía Escultor Salzillo de Múrcia foi o cenário escolhido, que igualmente serviu os campeonatos de Espanha de Marcha em estrada de 2013 e 2014, sendo a hipótese de circuito mais credível para a Taça da Europa.

quarta-feira, 17 de dezembro de 2014

Chris Erickson venceu 50 km australianos

Chris Erickson no parque Fawkner, em Melbourne.
Foto: Tim Erickson
Realizaram-se este fim-de-semana, em Melbourne, no Parque Fawkner, com temperaturas altas, os campeonatos australianos dos 50 km marcha, que abriram caminho à vitória de Chris Erickson, após a desistência forçada (problemas de estômago) do multimedalhado olímpico, Jared Tallent, por volta dos 18 quilómetros de competição.

Erickson, de 33 anos, cruzou a linha de meta com o tempo de 3.56.38, enquanto o canadiano Evan Dunfee, que liderou a prova quase até ao final e chegou a dispor de quatro minutos de avanço, aos 40 quilómetros, terminou com o tempo de 3.58.34, ainda assim um novo recorde pessoal. O australiano Brendon Reading estreou-se na distância realizando a marca de 4.19.30.

Desta forma, o campeão australiano, que repetiu os títulos de 2004 e 2008, garantiu uma vaga para os mundiais de Pequim, no próximo ano, e em consequência, também, do seu 11.º lugar na última Taça do Mundo de Marcha, em que alcançou o tempo de 3.49.33. Agora, o seu objectivo centrar-se-á em conseguir a marca de qualificação para o mundiais numa prova de 20 km, a realizar em fevereiro, sendo sua intenção competir, em Pequim, nas duas provas.

Seis atletas alinharam à partida dos 50 km marcha dos campeonatos australianos, tendo três deles desistido. Por cá, a Federação Portuguesa de Atletismo, que decidiu eliminar a prova olímpica dos 50 km marcha do programa dos seus campeonatos, numa atitude, no mínimo, inusitada, continua sem dar qualquer resposta ao público apelo lançado por muitos atletas, técnicos e dirigentes, no sentido de rever a sua posição.

Nos 20 km masculinos, o japonês Isamu Fujisawa venceu com 1.22.05, seguido do neo-zelandês Quentin Rew, com 1.22.11, que estabeleceu um novo recorde nacional. Na prova feminina, também de 20 km, há a destacar a vitória da australiana Beki Smith (olímpica em Londres), com o tempo de 1.35.37, mínimos para Pequim (1.36.00).

Classificações
50 km masculinos
1.º, Chris Erickson (Vis), 3.56.38
2.º, Evan Dunfee (Canadá), 3.58.34
3.º, Brendon Reading (Act), 4.19.30
Desistentes: Adam Rutter (Nova Zelândia), Jared Tallent (SA) e Andrew Jamieson (Vic).

20 km masculinos
1.º, Isamu Fujisawa (Alsok, Japão), 1.22.05
2.º, Quentin Rew (Nova Zelândia), 1.22.11
3.º, Ian Rayson (Nsw), 1.30.14
4.º, Jason Kozica (Vic), 1.47.42
Desistente: Bernie Keirl.

20 km femininos
1.ª, Beki Smith (Nsw), 1.35.37
2.ª, Tanya Holliday (Sasi), 1.36.57
3.ª, Stephanie Stigwood (Tas), 1.40.43
4.ª, Nicole Fagan (Nsw), 1.43.01
5.ª, Rachel Tallent (Vic), 1.43.16
6.ª, Kirsty Klein (Nsw), 1.47.59
Desistentes: Megan Szirom (Vic) e Cassandra Knight (Vic).
Desclassificada: Jessica Pickles (Qld).

10 km juniores masculinos
1.º, Tyler Jones (Nsw), 44.13
2.º, Jay Felton (Nsw), 45.51
3.º, Emmet Brasier (Vic), 47.12
4.º, Adam Garganis (Vic), 47.53
5.º, Ross Darlow (Vic), 47.58
6.º, Kyle Swan (Rwv), 50.20
7.º, Dylan Richardson (Nsw), 53.48

10 km juniores femininos
1ª, Stephanie George (Vic), 56.07
2.ª, Jasmine Dighton (Nsw), 58.15
Desistente: Katya Martin (Qld).