quinta-feira, 8 de maio de 2014

Balanço de Portugal em Taicang – masculinos

Os representantes portugueses em Taicang-2014.
Fotos: Mauricio Quiroz Hoyos
Montagem: O Marchador
A participação portuguesa na Taça do Mundo de Taicang iniciou-se com a presença de Pedro Isidro nos 50 km, prova de abertura do programa na qual Portugal apresentou apenas um concorrente. O marchador do Benfica concluiu a distância no 22.º lugar, com 3.56.15 h, marca que, além de confirmar mínimos para os europeus de Zurique, é também a melhor portuguesa do ano, constituindo novo recorde pessoal (antes, 3.57.09). Tratou-se da quarta participação de Pedro Isidro em taças do mundo, sendo este 22.º lugar a sua melhor classificação. A marca superou também o registo obtido na outra participação nos 50 km (26.º, 3.58.00, em Saransk-2012), havendo ainda duas presenças nas equipas de 20 km (Cheboksary-2008 e Chihuahua-2010).

O desempenho português nos 20 km masculinos foi claramente o menos conseguido de toda a representação nacional na competição. Com a desistência de João Vieira a seguir ao meio da prova ficou comprometida de forma irremediável a perspectiva de classificação colectiva, dado que os dois atletas que permaneciam em prova não bastavam para o necessário trio de classificados. Para o sportinguista detentor do recorde nacional, tratou-se do primeiro abandono ao cabo de nove participações em taças do mundo de marcha.

Neste quadro, Sérgio Vieira, na oitava participação, acabou por ser o melhor classificado, mas numa posição recuada, 60.º, com 1.24.13 h. Só no ano de estreia, 1995, registou pior classificação (72.º, 1.31.55). Mas nessa época era ainda júnior (a competir entre seniores, dado que o programa ainda não contemplava o seu escalão). Compensaria na edição seguinte (Podebrady-1997), quando ao 26.º lugar fez corresponder um recorde nacional de 1.20.58 h.

Atirado para uma tremenda confusão que nada terá feito para criar e que resultou da sua integração na selecção para Taicang apesar de estar longe de reunir as condições estabelecidas pelos critérios oficiais para o efeito, Miguel Carvalho regressou da China com um recorde pessoal batido por larga margem (1.28.41, contra o anterior, de 1.30.10). O atleta do Clube de Natação de Rio Maior terá transformado em motivação a onda de contestação que se criou com a decisão federativa de o seleccionar. Esta estreia entre os seniores (fora 37.º nos juniores em Saransk-2012) acabou por ser um final feliz para quem não teve culpa nenhuma de um imbróglio nunca devidamente explicado. Num histórico de 45 registos obtidos pelos portugueses nos 20 km masculinos das taças do mundo de marcha, a marca de Miguel Carvalho ocupa a 36.ª posição, deixando para trás uma maioria de marcas obtidas nos anos 80 e 90.

E foi precisamente nos juniores masculinos que os portugueses obtiveram outro resultado positivo, através de Miguel Rodrigues, que se estreava em taças do mundo. O atleta do C.N. Rio Maior foi 22.º, com 44.30 m, a apenas 10 segundos dos mínimos para os mundiais de juniores de Eugene (EUA). A colocação na tabela igualou o melhor resultado histórico dos juniores masculinos portugueses em taças do mundo, o mesmo 22.º posto de Luís Lopes em Cheboksary-2008, mas nessa altura a marca (43.28) foi melhor que a agora obtida por Miguel Rodrigues.

A equipa foi completada por Hélder Santos, que também se estreava em taças do mundo. O marchador do Gira Sol registou 46.05 m, marca que não foi famosa, sendo a sexta em sete resultados obtidos por juniores masculinos portugueses em taças do mundo. De qualquer forma, esta época não está a ser tão boa quanto desejável para o atleta, que, depois do recorde pessoal de 45.03 m (a 3 segundos da marca de referência para Taicang), desistiu nos nacionais de estrada, fez 47.35 m em Lugano, desistiu na Taça FPA e fez 46.04 m em Rio Maior.

Com os atletas a desempenharem as respectivas funções conforme melhor souberam e puderam, resta esperar que os erros cometidos pela F.P.A. na preparação desta taça do mundo de marcha tenham ao menos servido de lição para as próximas competições.