quinta-feira, 27 de novembro de 2014

Juiz de marcha sofre ameaças de morte nos Jogos Centro-americanos

A conferência de imprensa e a chegada dos 20 km.
Fotos: ElGolfo.Info e Comité Olímpico Guatemalteco.
Montagem: O Marchador
O juiz da Guatemala, Carlos Barrios, deu a conhecer publicamente que recebeu ameaças de morte, após a realização da prova de 20 km marcha dos Jogos Centro-americanos e do Caribe, que decorrem na cidade de Veracruz, no México.

Naquela competição, recorde-se, o vice-campeão olímpico, o guatemalteco Erick Barrondo, foi desclassificado a cerca de uma vintena de metros da meta, possibilitando a vitória ao mexicano Horacio Nava. Na qualidade de juiz-chefe, Carlos Barrios mostrou a raqueta vermelha ao seu compatriota, cumprindo a decisão de colegas seus, juízes de diferentes nacionalidades, na sequência de quatro faltas assinaladas, duas por suspensão e duas por flexão, nos últimos dezanove minutos de prova.

Na conferência de imprensa, César Moreno, membro honorário da federação internacional de atletismo, explicou os procedimentos no sistema de ajuizamento de provas de marcha, referindo que o juiz guatemalteco, membro do painel internacional, atuou em conformidade com os regulamentos, dando-lhe o seu total apoio.

Por sua vez, Carlos Barrios, que estava acompanhado de um representante do Comité Olímpico da Guatemala, referiu que ele ou outro juiz de marcha, têm que atuar imparcialmente, não importando a nacionalidade dos atletas, referindo que “algumas pessoas, no calor da emoção, terão proferido afirmações que não correspondem á verdade”.

Em comunicado, o presidente da Comissão Pan-americana de Marcha Atlética, da Associação Pan-americana de Atletismo, Rúben Aguilera, lamentou e repudiou o sucedido, afirmando que este é um caso evidente de desconhecimento das regras, fazendo crer que o juiz guatemalteco é responsável pela desclassificação de Barrondo.

“Conhecedores da idoneidade técnica e moral de Carlos Barrios Casasola, e de todos os integrantes da equipa de juízes de marcha, rejeitamos as acções intimidatórias contra o juiz guatemalteco e solidarizamo-nos perante circunstâncias menos felizes que o mesmo estará a passar”, conclui Aguilera.