sexta-feira, 16 de janeiro de 2015

Saransk sob forte pressão

Medvedeva, dorsal 34, e Lashmanova, 39, nos
campeonatos da Mordóvia em 30-12-2014.
O Centro de Preparação Olímpica de Saransk, na Rússia, está sob forte pressão nacional e internacional depois da forte suspeita de que atletas (e dirigentes) que se encontravam a cumprir penas de suspensão devido a dopagem tomaram parte nos Campeonatos de Marcha Atlética da República da Mordóvia em pista coberta, a 30 de Dezembro de 2014, no complexo desportivo de Saransk. A comparação de imagens publicadas na rede social VKontakte (na conta Legkaya Atletika Mordoviya) com os resultados divulgados revelavam evidente discrepância, surgindo a suspeita de que as classificações tornadas públicas escondiam aquelas participações irregulares.

A agência noticiosa Associated Press (AP) relatou esta quinta-feira, a partir de Moscovo, que a actual campeã olímpica de 20 km marcha, Elena Lashmanova, a cumprir suspensão por dois anos devido a dopagem e uma das atletas que (pelo menos aparentemente) alinharam nos Campeonatos da Mordóvia do mês passado, está a sob investigação da Associação Internacional de Federações de Atletismo (AIFA), que pretende apurar se de facto entrou em competição enquanto decorria o período de suspensão que lhe foi imposto. A confirmar-se esse facto, a atleta terá violado a Regra 40, art. 12.(a) da AIFA, ficando sujeita ao prolongamento da suspensão por mais dois anos.

A ser assim, Lashmanova ficaria impedida de competir até Fevereiro de 2018, perdendo a oportunidade de participar nos próximos Jogos Olímpicos, que terão lugar no Rio de Janeiro em 2016.

A mesma informação da Associated Press revela haver um segundo atleta sob investigação, mas cuja identidade ainda não é conhecida. Sabe-se, no entanto, que Ekaterina Medvedeva, campeã mundial de juniores de 2012 (Barcelona), também a cumprir suspensão por «doping» até 12 de Junho próximo, terá participado nos mesmos campeonatos da Mordóvia, incorrendo na mesma irregularidade apontada a Elena Lashmanova.

Entretanto, a AIFA já fez saber que recebeu de várias fontes a informação de que um ou mais atletas sob suspensão poderão ter competido numa prova realizada na Rússia no mês passado, estando as acusações a ser investigadas pelo departamento médico e antidopagem do organismo que superintende o atletismo mundial.

Por sua vez, o presidente da Federação Russa de Atletismo, Valentin Balakhnichyov, declarou à AP ter sido criada uma comissão para investigar o caso e que os resultados serão divulgados em breve, manifestando dúvidas de que tenham validade as alegações de que a atleta não participou na prova. «Nada de bom a espera», terá comentado ao diário desportivo russo «Sovetsky Sport». «Lamentamos muito que esta situação tenha acontecido.»