quarta-feira, 10 de maio de 2017

Portugal nas Taças da Europa de Marcha (Corunha – 1996)

A equipa de Portugal nos 50 km, com José Urbano (218),
José Magalhães (217), Luís Ribeiro e José Pinto.
Foto: Revista Atletismo
A bela cidade espanhola da Corunha constituiu o cenário ideal para a realização da primeira Taça da Europa de Marcha, sob os auspícios da Associação Europeia de Atletismo. Local habitual de acolhimento de grandes eventos anuais de marcha atlética, de que “Los Cantones” constituem um magnífico exemplo desde a sua primeira edição, em 1987, com o brilhantismo exibicional de atletas do nível de Maurizio Damilano, Jordi Llopart, Ernesto Canto, Bo Gustafsson e dos nossos campeões Hélder Oliveira e Ana Bela Aires, a capital da Galiza receberia em 2012, a 22.ª edição da Taça do Mundo de Marcha.

Naquela edição inaugural da Taça da Europa, que a Espanha triunfou coletivamente tanto nos 20 km como nos 50 km masculinos, e a Itália nos 10 km femininos, destacou-se na delegação portuguesa, a rio-maiorense Susana Feitor ao classificar-se na terceira posição obtendo, então com alguma surpresa entre as hostes lusitanas, a medalha de bronze.

No setor masculino, o benfiquista José Urbano revelar-se-ia o melhor representante luso ao classificar-se no 14.º lugar da prova dos 50 km marcha. Portugal apresentou-se com equipas completas (4 atletas) nas três provas do programa: 20 e 50 km masculinos, e 10 km femininos.

Das equipas de Oficiais nomeados para a primeira Taça da Europa de Marcha fizeram parte os portugueses José Dias (juiz internacional de marcha) e Maria Amélia dos Anjos (delegada do controlo do doping).

Pedro Martins, a competir nos 20 km, o nosso recordista de títulos conquistados em Campeonatos de Portugal de 50 km marcha e totalista na Taça da Europa de Marcha (aqui, a par de João Vieira), e que integrou a seleção nacional que conquistou para Portugal a única medalha coletiva no historial do evento, traça-nos, com o seu olhar retrospetivo, alguns aspetos marcantes que lhe ficaram das suas memórias:

“Era a minha primeira internacionalização. Tudo para mim era novo, motivador, e por vezes sem perceber alguns pormenores.

Estava uma tarde de muito calor, e que se refletiu em resultados, marcas e classificações.

Em termos organizativos, lembro-me que a prova dos 20 km foi realizada em simultâneo com a dos 50 km e num perímetro de 2 km.”